ThyssenKrupp sem licença ambiental

 Por PACS

“A TKCSA não tem a mínima chance de conseguir em 75 dias aquilo que não conseguiu em cinco anos (…) ela já pode fazer as malas do Rio”. A frase foi dita pelo ativista Christian Russau durante a Assembleia dos acionistas da ThyssenKrupp, realizada na manhã de hoje (29), em Bochum, Alemanha, referindo-se ao eminente vencimento do Termo de Ajustamento de Conduta da Companhia Siderúrgica do Atlântico, localizada em Santa Cruz, Rio de Janeiro. Sem licença ambiental, a maior siderúrgica da América Latina, de propriedade da ThyssenKrupp e da mineradora Vale, funciona por meio de TAC assinado entre a Secretaria Estadual do Ambiente, a Comissão Estadual de Controle Ambiental, o Instituto Estadual de Ambiente e a própria empresa.
O documento prevê 134 medidas que visam evitar, entre outras irregularidades, condutas perigosas para a saúde da população vizinha e dos trabalhadores. Em abril de 2016, a vigência deste acordo se encerra e a empresa tentará obter novamente junto ao órgão ambiental a licença definitiva de operação.  “No relatório anual entregue aos acionistas da ThyssenKrupp, a palavra sustentabilidade aparece uma dezena de vezes. Eu pergunto: é sustentável uma empresa que funciona há cinco anos sem licença ambiental?”, questionou Christian.
Na ocasião, o presidente do conselho de administração da empresa, Ulrich Lehner, recebeu ainda uma carta manifesto da Campanha Pare Tkcsa onde moradores, pescadores, entidades e movimentos exigem imediata reparação pelas violações cometidas em Santa Cruz. Mais de 300 ações contra a siderúrgica foram movidas somente pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Além de celeridade no julgamento dos processos de reparação, a carta exige ainda a realização de uma auditoria em saúde nas proximidades da siderúrgica, o fim das isenções fiscais do empreendimento e a instauração de uma CPI do TAC na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Na berlinda
Segundo matéria publicada hoje no site alemão Spiegel Online, o diretor financeiro da empresa Guido Kerkhoff, falou para os acionistas que a siderúrgica no Rio não representava mais um “ativo estratégico” no conjunto de empreendimentos do grupo. Em outras ocasiões, a empresa já tinha anunciado a disposição em vender a siderúrgica que recebeu em torno de 5 bilhões de  investimentos públicos, através de isenções fiscais estaduais e municipais e de financiamentos do BNDES.
Mais informações: paretkcsa.org
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