A segunda edição do Boletim RIO DE GA$TOS, publicado pelo PACS, enfoca meio ambiente e critica falácia de “Olimpíada sustentável”
A defesa dos recursos naturais, a luta pela terra e pela preservação dos territórios ameaçados por megaempreendimentos e megaeventos é um tema relevante no Brasil que adquire ainda mais importância no contexto das Olimpíadas.
O evento acontece após o Brasil ser considerado campeão mundial em homicídios de ativistas ambientais. Segundo a ONG Global Witness, foram 29 vítimas em 2014. No discurso das autoridades, a temática ambiental foi um foco da candidatura Rio 2016. No entanto, existe um hiato entre os documentos oficiais e as recentes declarações e ações da prefeitura.
Só para se ter uma ideia, a estratégia de sustentabilidade dos jogos Rio 2016 é resultante de uma parceria entre o Comitê Organizador e a Dow Chemicals Company, multinacional estadunidense mundialmente associada ao legado tóxico deixado pelo desastre de Bohpal. Em 1984, mais de 20 mil pessoas, a maioria de famílias camponesas, morreram imediatamente após o vazamento de gás letal de uma fábrica da Union Carbide Corporation, hoje Dow Chemicals Company, na cidade de Bhopal, Índia.
Na segunda edição do boletim analisa-se a disparidade entre os investimentos feitos para a realização dos Jogos e os recursos destinados à proteção das áreas verdes e baías da cidade.
Leia aqui a 2ª edição do Boletim RIO DE GA$TOS
SOBRE A INICIATIVA DO PACS
A cerca de 500 dias do início das Olimpíadas, o boletim tem o objetivo de acompanhar os investimentos públicos, o orçamento e os impactos do megaevento na vida das pessoas. Desde a realização dos jogos Pan Americanos em 2007, o PACS vem acompanhando e denunciando os processos de especulação imobiliária e o financiamento público de negócios de interesse iminentemente privado. “Sabemos que os megaeventos assim como os megaempreendimentos são ferramentas ou desculpas para a imposição de um modelo de desenvolvimento das cidades que vem beneficiar a especulação imobiliária e privatizar ainda mais a vida. Por isso nos engajamos nos processos de resistência das populações em defesa do direito à cidade”, declara Sandra Quintela, economista e coordenadora do PACS.
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