Nova edição do boletim do PACS Massa Crítica reflete sobre a experiência agroecológica da Feira da Freguesia
A feira situa-se no bairro de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Foi construída por uma parceria da Associação de Moradores e Amigos da Freguesia (AMAF) e da Rede Carioca de Agricultura Urbana. Os moradores da Freguesia pleitearam uma feira agroecológica e, a partir daí, as entidades de assessoria e pesquisa que atuam junto da Rede (AS-PTA, CAPINA, PACS, UFRRJ e FIOCRUZ) articularam e desenvolveram um processo de formação que reuniu agricultores de Vargem Grande, Pau da Fome, Curicica, Rio da Prata, Magé, Nova Iguaçu e Duque de Caxias.
O boletim Massa Crítica do Pacs conta as origens deste trabalho e discute a construção da feira como um processo político pedagógico:
«Um saber que passava pelas remoções forçadas na cidade por conta da especulação imobiliária, pela invisibilidade da agricultura na cidade, pela invisibilidade do trabalho das mulheres, pela dificuldade de transporte público e acesso a serviços de saúde.
Um saber marcado pela luta do povo por uma nova economia, por uma nova maneira de produzir, consumir e comercializar na cidade. Esse saber só pode ser construído através da luta do povo. E é nessa direção que está a educação popular construída coletivamente nos processos de resistência visíveis e invisíveis da cidade e do campo.
Na educação popular, o trabalho é afirmado como princípio educativo, pois é por meio dele que o coletivo se organiza, é por meio dele que o saber é construído. No caso da Feira da Freguesia, é por meio do trabalho que o coletivo reivindica permanência e território. Essa educação só é possível dentro das resistências de um povo. Só é possível quando parte, se estrutura e se reestrutura dentro das demandas das lutas populares por moradia, por trabalho, por terra e por uma vida digna pautadas na cooperação e na solidariedade. Só é possível porque é pautada na justiça social».
Leia na íntegra o Boletim Massa Crítica de junho de 2015