Plano verde contra Chico Mendes?

Comunidades tradicionais são excluídas pela economia verde dos irmãos Viana. Líder seringueiro defendia modo de vida dos extrativistas como a melhor proteção à natureza
Por Tomás Chiaverini e Thais Lazzeri, Repórter Brasil

Muro em Rio Branco, pintado com o rosto de Chico Mendes
Muro em Rio Branco, pintado com o rosto de Chico Mendes. Ele foi assasinado em 1988 por enfrentar um grileiro na defesa do interesse de comunidade extractivista

O Acre, estado tratado com desdém por tantos brasileiros, quer se tornar um exemplo ambiental para o mundo. Desde que os irmãos petistas chegaram ao poder, em 1999, o plano verde começou a ser gestado. Em 2010, uma lei regulamentou o Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais, um plano prolixo de trinta páginas frente e verso que, além de exaltar um suposto pioneirismo ambiental de décadas do Acre, enumera uma série de novos projetos.

Um artigo no site do Repórter Brasil, escrito por Tomás Chiaverini e Thais Lazzeri mostra que esses projetos seriam justamente o oposto da filosofia de Chico Mendes, que foi assassinado em 1988 por enfrentar um grileiro na defesa do interesse de comunidade extrativista.

A falta de diálogo com os povos da floresta é uma das críticas que o programa dos irmãos Viana recebe de estudiosos, lideranças locais, comunidades extrativistas e camponesas. Para eles, o plano não colabora com a preservação da floresta.
Além de não ajudar, esses grupos denunciam que o programa atrapalha, criando novas pressões sobre os habitantes tradicionais, obrigados a alterar seu modo de vida, impedidos de caçar, pescar e utilizar a floresta para o seu sustento.

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Foto: Fernando Martinho
Vídeo: Repórter Brasil

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